Quando iniciei o Blog
estava muito apreensiva com o desenvolvimento da atividade. Elaborar um
portfólio online nunca foi, na
verdade, algo que eu teria feito voluntariamente. Entretanto, confesso que me
dobrei a este instrumento logo após as primeiras aproximações. Aliás, aproximação é uma das palavras que
representa bem o meu percurso durante a disciplina de Avaliação da
Aprendizagem.
Durante toda a
disciplina nos foram dadas oportunidades de aproximações sucessivas com
diferentes conceitos associados à avaliação formativa e a diferentes instrumentos
de avaliação. Eu, que venho de um sistema tradicional de ensino e, portanto, também
de avaliações, me vi receosa em alguns desses momentos. É desconfortável sair
de um terreno conhecido e encarar novas situações. E mais, na maioria das vezes
não nos expomos durante os processos avaliativos. Na disciplina de avaliação de
Aprendizagem trabalhamos com diferentes instrumentos de avaliação que, em
muitos momentos, não eram individuais. Tivemos inclusive a oportunidade de, nós
mesmos, definirmos critérios para a nossa própria avaliação. Penso nessa
experiência sendo realizada com alunos de graduação e acredito que somente esta
etapa da elaboração de um sistema de avaliação já causaria, na maioria dos
alunos, algumas mudanças para o desenvolvimento de habilidades como a
autonomia, responsabilidade, maturidade e confiança.
A exposição de ideias
durante a disciplina também foi, para mim, um desafio. Com o desenvolvimento da disciplina, percebi
que não era propriamente exposição, mas sim um espaço para a discussão de temas
baseados dos meus conhecimentos prévios e adquiridos. E mais... Eram momentos
importantes para a desconstrução, modificação e ressignificação de conceitos.
Sobre a elaboração do
Blog, antes de inicia-lo “de verdade” eu precisei repensar toda a disciplina.
Dediquei um tempo para buscar na memória, nas minhas anotações e em textos
trabalhados em sala de aula os conceitos de avaliação formativa. A partir deste
momento, considerei que o Blog é uma atividade individual de avaliação e que,
no entanto, é de livre acesso a quem interessar possa. É muita responsabilidade
expor publicamente informações, conceitos e concepções sem embasamento
adequado. Ao mesmo tempo senti que, por ser individual e um instrumento de
avaliação contínuo, poderia expor a minha concepção e relacionar conceitos
escolhidos por mim com o tema principal a ser tratado. E foi isso o que tornou
a atividade gostosa, rompendo a barreira da obrigação e tornando-se uma
atividade de formação.
Fico feliz por ter tido
a oportunidade de fazer o meu primeiro portfólio online. Como já mencionei,
essa atividade não teria acontecido espontaneamente e as aproximações
sucessivas permitiram não apenas aprofundar o conceito de avaliação formativa,
mas também ampliar este conceito sob a perspectiva de outras concepções.
A pergunta principal
apresentada, ou seja, se os docentes se preocupam com a postura dos alunos
durante a realização de uma avaliação em busca da “resposta do gabarito”, é
difícil acreditar, embora aconteça, que há docentes acomodados e/ou que
desconhecem a concepção de avaliação formativa e, por este(s) motivo(s), não a
utilizam. Entretanto, também acredito que muitos docentes estão sujeitos ao
sistema educacional rígido e são reféns dos fenômenos acadêmicos, atuando de
acordo com a proposta educativa do departamento e/ou instituição. Ainda que a
preocupação exista, esta é uma situação em que o docente encontra espaço
limitado para o desenvolvimento adequado de suas atividades, e encontra-se
forçado a adotar o sistema de avaliação classificatória em detrimento da
avaliação formativa.
Por outro lado, há
profissionais comprometidos com a sua atividade e que, mesmo em condições
adversas, afastam-se do conformismo, da passividade e da desistência e conseguem,
de maneira criativa, planejar ações docentes intencionais que permitem a
avaliação contínua, progressiva, baseada em critérios que permita não apenas
acompanhar a evolução e estimular o pensamento crítico e reflexivo do aluno,
mas também identificar possíveis falhas de planejamento, execução e/ou tomada de
decisão do docente.
Às vezes costumamos criticar e questionar as razões pelas quais os professores não alteram suas práticas e ai leio aqui na sua postagem uma frase que considero muito relevante e até como resposta a isso: "É desconfortável sair de um terreno conhecido e encarar novas situações". É assim que o professor se sente muitas vezes, navegar em mares desconhecidos é uma aventura que nem todos querem vivenciar.
ResponderExcluirFico muito feliz em ler essa parte: Eram momentos importantes para a desconstrução, modificação e ressignificação de conceitos.
A ideia do blog foi justamente esta concluída por você. Além disso entendo que o trabalho realizado pelo estudante não deve ter como fim o engavetamento, mas a publicação, a disseminação e a troca com outros.
Fico muito feliz e percebo, pelo seu relato, que os objetivos foram atingidos.
Acredito muito que mudanças podem se concretizar a partir do momento em que olharmos para nossos estudantes de outra forma, ou seja, como sujeitos do processo, os quais precisam vivenciar diversas experiências em seu processo formativo. Experiências essas que lhes permitam elaborar e reelaborar seu pensamento, vivenciar conflitos cognitivos, interagir, planejar, sintetizar e como você apontou anteriormente: ensinar uns aos outros.
Adorei o seu blog, vi você (enquanto pessoa) em cada momento e não somente um estudante cumprindo uma tarefa. Isso é fundamental para o desenvolvimento e sucesso de um trabalho.
Parabéns e sucesso.
Grande abraço